sexta-feira, 26 de junho de 2009

Baba Alápoiyó




Conta-se várias lendas sobre este Egun, uma das que eu mais gosto e esta:

Há muitos anos atrás na Nigéria, existia uma tribo de cultuava os ancestrais (Eguns ), esta tribo cultuava todos os ancestrais que viveram nela. Exista uma família que era de Ojes (sacerdotes do culto de Egungun), esta família tinha como responsabilidade zelar e cultuar os ancestrais de varias famílias da tribo, guardando as roupas e segredos do culto.

Neta família existia um homem que tinha um posto de Alagba ( Sacerdote mais antigo), o qual tinha vários filhos e um deste filhos tinha 5 anos de idade e já era Oje. O tempo foi passando e esta criança foi crescendo, tinha grande sede de conhecimento e seu pai tinha certo receio em passar, pois via que a criança tinha certa rebeldia e poderia ter problemas com a mesma.

O Alagba tinha muitos compromissos um deste era preparar a festa anual dos ancestrais, era um dia de muito especial onde os ancestrais viriam em suas roupas trabalhadas com búzios, espelhos, e varias decorações, estas decorações mostravam o quanto este ancestral era importante em vida e que cargo ele tinha dentro da sociedade, tudo isso e transmitido na decoração da roupa. Quanto mais importante ele era em vida mais detalhe ele tinha em sua roupa.

Ocupado com a preparação da festa anual o Alagba não tinha tempo para ficar cuidando de outra coisa que não fosse a festa junto com seus filhos mais velhos que também eram Ojes. A criança que na época tinha 5 anos já estava com 12 anos e era a idade que já tinha certas responsabilidades dentro do culto, mais pela sua sede de querer aprender, o pai deixava ele um pouco de fora dando-lhe afazeres fora, não deixando ele participar diretamente da elaboração da festa e nem da parte ritualística. Ele começou a questionar o pai e falando que se não desse a ele o devido lugar, ele iria até a praça da tribo e falaria todos os segredos que existia dentro do culto.

O pai não sabia mais o que fazer, ele era Oje e tinha o direito de entrar na parte religiosa, mais tinha medo da sede de conhecimento do filho, achando que ele depois que aprendesse os AWO (segredos), mais profundo poderia usar de uma forma erronia, deixando o nome da família que tinha séculos de existência guardando os segredos do culto e mantendo toda uma tradição.

O pai então decidiu que o culto e a tradição da família era mais importante, pediu auxilio aos ancestrais para saber o que ele teria de fazer para que o filho mudasse a forma de pensar e assim podendo participar das obrigações. Os ancestrais lhe disseram para preparar a bebida do juramento e que aos filho desse para beber.

Esta bebida e sagrada e nunca tinha sido feita até então, se um Oje tivesse que beber dela e no seu coração ele tinha a maldade e a mentira, querendo usar o culto para ter benéfico próprio ele teria como castigo a morte. O pai resolveu depois de muita luta com sua própria vontade ele preparou a bebida do juramento.

Depois de uns dias de preparo com ervas e axés( elementos sagrados do culto), ele chamou o filho para conversar dentro do quarto sagrado dos ancestrais, onde fica os assentamentos e ali ele relatou ao mesmo o que era a bebida do juramento e o que ela faria se ele tivesse no coração a maldade e a vontade de ter o conhecimento do culto para usar em beneficio próprio. O filho não relutou, pediu a bebida e disse que tomaria a mesma, que em seu coração não tinha nenhuma maldade e o que ele queria era ser um Oje como o pai.

Com a certeza que nada ia acontecer o filho arrebatou da mão do pai a bebida e a tomou, e ali ficou olhando o pai e dizendo: Viu nada aconteceu, veja meu pai eu ainda estou de pé, viu como eu sou verdadeiro, não sinto nada, e assim saiu porta a fora. O pai sentiu então um frio no corpo e ali teve a certeza que o filho tinha mentido. O pai fez uma reunião com os outros filhos e falou o que aconteceu, disse que o irmão tinha tomado a bebida do juramento na frente dos ancestrais e que tudo estava nas mãos dos ancestrais.

Na festa já dentro do quarto do segredo, onde estavam os assentamentos dos ancestrais o filho do Alagba que tinha tomado a bebida do juramento, começou a questionar o pai e seus irmãos mais velhos, fazendo perguntas e querendo saber tudo, os irmãos e o pai disseram, tenha calma tudo na sua hora, ele continuava e então disse: entrei e quero aprender tudo não sou igual a vocês que não aproveita nada, vou usar tudo que eu aprender em meu beneficio.

A festa acabou, os ancestrais dançaram, cantaram e falaram com seus descendentes, foi realmente uma linda festa durou 3 dias.

Se passaram 7 meses e ao voltar do trabalho o filho do Alagba que tinha tomado a bebida do juramento, passando pelo caminho encontrou um homem alto forte que lhe abortou lhe fazendo uma proposta, se ele contasse a ele o segredo do culto dos Eguns ele daria muito dinheiro a ele. O rapaz não pestanejou, perguntou o quanto seria o valor e se fosse bom ele diria o que ele queria saber. O trato foi feito o homem deu o dinheiro e o garoto falou tudo sem pestanejar.

O homem saiu e foi embora pelo caminho e o garoto seguiu o caminho dele com o dinheiro na sacola de couro. Deu certa hora e o pai vendo que o filho não chegava em casa reuniu os filhos e foram atrás do filho. Ao caminhar pela mata na trilha onde os filho deveria estar, mais a frente eles viram o irmão deitado no chão, o pai e os irmãos correram até o corpo do irmão caído, ao pegar o filho no colo ele já não se encontrava com vida, em seu rosto um sorriso e em sua mão uma sacola de couro, ao abrir a sacola o pai só encontrou ossos picados e nada mais.

Soube ali que o filho tinha contado os segredos do culto e teve seu pagamento.

Após os rituais fúnebres do filho, o Egun do filho saiu, mais não tinha fala, com ele veio um outro Egun mais velho, este Egun mais velho veio informar que daquele dia em diante por determinação de Olorun aquele Egun seria o que iria passar para todos os Ojes que fossem confirmados o axé para eles, e que também por determinação de Oya e Olorun este Egun não falaria, como castigo por ele em vida ter revelado os segredos do culto,que somente comeria acaçá com mel e as oferendas para ele ofertadas, e por ter morrido jovem ficaria do tamanho de uma criança para que todos soubessem que ele era.

Baba Alápoiyó....continuação


Este Egun é muito adorado e tem vários seguidores.

Conta que ele chegou na ilha de Itaparica na ponta de um saveiro que vinha de salvador trazendo produtos para ilha na década do século 19. Foi trazido da Nigéria pelos escravos e foi levado para ilha de Itaparica porque na ilha ficou sendo o reduto do culto dos Eguns. Hoje ele é cultuado em todos os terreiros.

É um dos Eguns mais antigos do culto e tem o respeito de todos os Ojes

Egun de Osala come acaçá com mel, e oferendas oferecida, protetor das crianças as quais pedem a ele proteção.

Este Egun adora brincar com os Ojes e seus adoradores, tem na sua roupa uma calda bem grande onde e joga nos Ojes brincado e ao mesmo tempo testando-os.

Depois que Baba Alápurió passou a dar a todos os Ojes que confirmassem o axé, os mesmos Ojes tem que tomar a bebida do juramento e a ele fazer o juramento de manter o segredo e continuar a perpetuar o culto.

Ser Oje não e fácil! Tem que ter hombridade, ser responsável, ter postura de um sacerdote do culto, não usar o seu conhecimento para obter coisas em benefício próprio, ter honra e acima de tudo saber guardar os segredos do culto. Sabendo que se falar sobre os segredos do culto, a única coisa que ele sabe que vai acontecer a sua morte! Ser Oje e acima de tudo ser o guardião da vida após a morte! E não guardião da morte.

Um abraço a todos e meu respeito.

ANCESTRALIDADE


ANCESTRALIDADE Na Cultura Yorubá, a vida não se finda com a morte. Àtúnwa, É O Nome Dado Ao Processo Divino De Existência Única A Continuidade Da Vida. Olodumarê , O Supremo Deus Yorubá No Momento Do Nascimento Oferece Aos Homens Um Conjunto De Forças Sagradas Que Possibilita A Vida.São elas: Ara: O Corpo Físico Vindo Da Lama. Ese: Elementos Do Organismo Humano. Okan: Coração Físico E Espiritual - Órgão Que Centraliza O Poder De Vida E Sede Da Inteligência, Do Pensamento E Da Ação. Ojiji: Essência Espiritual. Emi: O Sopro Divino De Vida. Ori: A Individualidade E A Identidade. Odu: O Destino E O Caminho A Ser Percorrido. Ase: Força Movimentadora Da Vida. Orisa: Guardião De Cada Existência Humana. Todos Estes Aspectos Não Morrem...Voltam As Suas Origens, Isto É, Ao Orun, Pois Pertencem A Olorun E Só Ele Pode Liberá-Las. Estas Forças Divinas, Animaram Os Antepassados, Os Ancestrais, As Raízes Mães Do Asé Orisá, Ao Partirem Do AiyE E Voltam Ao AiyE Para Animar Seus Descendentes E Discípulos. A Ancestralidade Confirma A Imortalidade, Pois A Vida Continua No Orun Como Ancestrais. Do Orun A Ancestralidade A Tudo Assiste.No Culto De Orisá, Ancestrais Significa:"Aqueles Que Um Dia Tiveram A Energia De Vida No Aiyê E Que Cuja Energia De Vida É Repassada As Novas Gerações, Garantindo A Continuidade Da Vida E Do Culto Aos Deuses Africanos. "Como Conclusão A Vida Presente Depende Da Vida Passada De Nossos Ancestrais” O CULTO AOS ANCESTRAIS Através do culto aos ancestrais, os Egun ou Egungum é possível reconstruir origens, etnias, memória. Essa memória, enraizada na multiplicidade da herança negro-africana, expande com força total, um ethos que passando a diversidade de suas expressões manifestas. Permite revelar estruturas, valores, normas, denominadores comuns onde a questão da ancestralidade mítica e histórica, marca a existência de uma forte comunalidade. É na memória e no culto aos antepassados que essa comunalidade se afirma (Mestre Didi) Porque o objetivo principal do cultos dos Egun é tornar visível os espíritos dos ancestrais, agindo como uma ponte, um veículo, um elo entre os vivos e seus antepassados. E ao mesmo tempo que mantém a continuidade entre a vida e a morte, o culto mantém estrito controle das relações entre os vivos e mortos, estabelecendo uma distinção bem clara entre os dois mundos: o dos vivos e o dos mortos (os dois níveis da existência) No símbolo "Egungun" está expresso todo o mistério da transformação de um ser deste-mundo num ser-do-além, de sua convocação e de sua presença no Aiyê (o mundo dos vivos). Esse mistério (Awo) constitui o aspecto mais importante do culto.Vida e Morte para os Yorubás Os yorubá, como os demais grupos africanos, crêem na existência ativa dos antepassados. A morte não representa simplesmente um fim da vida humana, mas a vida terrestre se prolonga em direção à vida além-túmulo, exatamente em algum dos nove espaços do Òrun, o domínio dos seres desprovidos do Èmì. Assim, a morte não representa uma extinção, mas mudança de uma vida para outra. Os antepassados ou ancestrais são denominados Òkú Òrun e Àgbagbà, ou ainda pelo título de Ésà, usado para reverenciar os ancestrais nos ritos de Ìpàdé, dos candomblés do Brasil. Um antepassado é alguém de quem uma pessoa descende, seja através do pai ou da mãe, em qualquer período do tempo, e que o ser vivente conserva relações filiais afetuosas. Somente alcançarão a condição de ancestral com merecimento de culto aqueles que atingiram uma idade avançada, com uma vida de boa qualidade e trabalho expressivo para a sociedade, além de terem deixado bons filhos. Para os yorubá, um casamento sem filho é algo mal sucedido. Na verdade, seu sistema de valores tem por base três coisas: Owó (Dinheiro), Omo (Filhos) e Àíkú (Vida longa). A Vida Longa é considerada a mais importante porque proporciona a oportunidade que pode tornar possível as duas outras. São esses e toda a linhagem de gerações passadas que, depois da morte se transformam, para seus familiares. Embora os ancestrais compreendam membros masculinos e femininos das gerações anteriores, os ancestrais masculinos são os mais importantes. Ao seguirem para o Òrun, os ancestrais são libertos de todas as restrições impostas pela terra, dessa forma, adquirem potencialidades que podem ser usadas para beneficiar seus familiares que ainda estão na terra. Por essa razão, é necessário mantê-los num estado de paz e contentamento. Quando dissemos que existe um culto ao ancestral, queremos dizer que o que existe de fato é uma manifestação de relacionamento familiar indestrutível entre o familiar que partiu e seus descendentes que aqui ficaram.De acordo com o Órun ao qual foi destinado, continuará a exercer suas funções familiares, agora de modo mais poderoso sobre seus descendentes que a ele continuam a se referir como Bàbá mi(Meu pai), ou Ìyá mi(Minha mãe). Esta forma salienta o amor e a afeição que caracterizam as relações de ambos. Trazendo ao exemplo: "Eu vou falar com o espírito de meu pai", mas sim, "Eu vou falar com o meu pai", numa comprovação de que eles continuam a ter o título de relacionamento que tinham enquanto chefes de família. O fim da vida na terra envolve a questão a respeito do que se transforma o homem após a vida atual. Toda religião encara isto: Nascimento, Vida e Morte( Ìbí, Ìyé, Àti Ikú), o Pós- Vida (Iyè Lébìn Kú), o Julgamento Divino (Ìdájó ti Olórun) e o possível retorno em outra vida, sucessivamente (Àtúnwa). Ikú - Morte É visto como um agente criado por Olodumaré para remover as pessoas cujo tempo na Terra tenha terminado. A morte é denominada Ikú, e trata -se de um personagem masculino. Sua lógica é para as pessoas mais velhas e que dadas certas condições, devem viver até uma idade avançada. Por isso , quando uma pessoa jovem morre, o fato é considerado tragédia, por outro lado, a morte de uma pessoa idosa é ocasião para se alegrar. Sobre isto, costuma-se dizer: Ikú Kí pani, ayò I'o npa ni - "A morte não mata, são os excessos que matam" "Todas as coisas que fazemos na terra Damos conta, de joelhos no céu" Somente quando se é absolvido por Olodumaré é que se tem a oportunidade de reunir-se com seus ancestrais, podendo-se reencarnar e renascer dentro da mesma família. Se alguém porém é condenado vai para o Òrun Àpáàdi, onde irá sofrer com maus. Quando finalmente for libertado, não terá oportunidade de viver uma vida normal e será condenado a errar, por lugares solitários, comendo alimentos intragáveis

BABA EGUN


África Egungun pertence à Mitologia Yoruba. Brasil Egungun, espírito ancestral de pessoa importante, homenageado no Culto aos Egungun, esse culto é feito em casas separadas das casas de Orixá. No Brasil o culto principal à Egungun é praticado na Ilha de Itaparica no Estado da Bahia mas existem casas em outros Estados. Normalmente chamado de Babá (pai) Egun, Babá-Egun. Também pode ser referido como Êssa nome dos ancestrais fundadores do Aramefá de Oxóssi (conselho de Oxóssi, composto de seis pessoas). Ou Esa espírito dos adoxu e dignatários do egbe (casa). * Informações do Projeto Egungun Os nagôs, cultuam os espíritos dos mais velhos de diversas formas, de acordo com a hierarquia que tiveram dentro da comunidade e com a sua atuação em pról da preservação e da transmissão dos valores culturais. E só os espíritos especialmente preparados para serem invocados e materializados é que recebem o nome Egun, Egungun, Babá Egun ou simplesmente Babá (pai), sendo objeto desse culto todo especial. Porque o objetivo principal do cultos dos Egun é tornar visível os espíritos dos ancestrais, agindo como uma ponte, um veículo, um elo entre os vivos e seus antepassados. E ao mesmo tempo que mantém a continuidade entre a vida e a morte, o culto mantém estrito controle das relações entre os vivos e mortos, estabelecendo uma distinção bem clara entre os dois mundos: o dos vivos e o dos mortos (os dois níveis da existência).Assim, os Babá trazem para seus descendentes e fiéis suas bênçãos e seus conselhos mas não podem ser tocados, e ficam sempre isolados dos vivos. Suas presença é rigorosamente controlada pelos Ojé (sacerdotes do culto) e ninguém pode se aproximar deles. Os Egungun se materializam, aparecendo para os descendentes e fiéis de uma forma espetacular, em meio a grandes cerimônias e festas, com vestes muito ricas e coloridas, com símbolos característicos que permitem estabelecer sua hierarquia. Os Babá Egun ou Egun Agbá (os ancestrais mais antigos) se destacam por estar cobertos com uma roupa específica do Egun — chamada de eku na Nigéria ou opá na Bahia, são enfeitadas com búzios, espelhos e contas e por um conjunto de tiras de pano bordadas e enfeitadas que é chamado Abalá, além de uma espécie de avental chamado Bantê, e por emitirem uma voz característica, gutural ou muito fina. Os Aparaká são Egun mais jovens: não têm Abalá nem Bantê e nem uma forma definida; e são ainda mudos e sem identidade revelada, pois ainda não se sabe quem foram em vida. Acredita-se, então, que sob as tiras de pano encontra-se um ancestral conhecido ou, se ele não é reconhecível, qualquer coisa associada à morte. Neste último caso, o Egungun representa ancestrais coletivos que simbolizam conceitos morais e são os mais respeitados e temidos entre todos os Egungun, guardiães que são da ética e da disciplina moral do grupo. No símbolo "Egungun" está expresso todo o mistério da transformação de um ser deste-mundo num ser-do-além, de sua convocação e de sua presença no Aiyê (o mundo dos vivos). Esse mistério (Awô) constitui o aspecto mais importante do culto.

BABA EGUN


África O criador de culto dos ancestrais Segundo a tradição do culto de Egungun, que é originário da África, região de Oyò. O culto de Egungun, é exclusivo de homens, sendo Alápini o cargo mais elevado dentro do culto tendo como auxiliares os Ojés. Todo integrante do culto de Egungun é chamado de Mariwó. Xangô (Sòngó), é o fundador do culto aos Egungun, somente ele tem o poder de controlá-los, como diz um trecho de um Itan: "Em um dia muito importante, em que os homens estavam prestando culto aos ancestrais, com Xangô a frente, as Iyami-Ajé fizeram roupas iguais as de Egungun, vestiram-na e tentaram assustar os homens que participavam do culto, todos correram mas Xangô não o fez, ficou e as enfrentou desafiando os supostos espíritos. As Iyami ficaram furiosas com Xangô e juraram vingança, em um certo momento em que Xangô estava distraido atendendo seus súditos, sua filha brincava alegremente, subiu em um pé de Obi, e foi aí que as Iyami-Ajé atacaram, derrubaram a Adubaiyni filha de Xangô que ele mais adorava. Xangô ficou desesperado, não conseguia mais governar seu reino que até então era muito próspero, foi até Orunmilà, que lhe disse que Iyami é que havia matado sua filha, Xangô quiz saber o que poderia fazer para ver sua filha só mais uma vez, e Orunmilà lhe disse para fazer oferendas ao Orixá Ikù (Oniborun), o guardião da entrada do mundo dos mortos, assim Xangô fez, seguindo a risca os preceitos de Orunmilà. Xangô conseguiu rever sua filha e pegou para o controle absoluto dos Egungun (ancestrais), estando agora sob domínio dos homens este culto e as vestimentas dos Egungun, e se tornando estremamente proibida a participação de mulheres neste culto, provocando a ira de Olorun, Xangô, Ikú e os próprios Egungun, este foi o preço que as mulheres tiveram que pagar pela maldade de suas ancestrais as Iyami".Brasil Culto aos Egungun é uma das mais importantes instituições, tem por finalidade preservar e assegurar a continuidade do processo civilizatório africano no Brasil, é o culto aos ancestrais masculinos, originário de Oyo, capital do império Nagô, que foi implantado no Brasil no início do século XIX. O culto principal aos Egungun é praticado na Ilha de Itaparica no Estado da Bahia mas existem casas em outros Estados. Quanto ao aspecto físico, um terreiro de Egungun ou Egun apresenta basicamente as seguintes unidade: * um espaço público, que pode ser freqüentado por qualquer pessoa, e que se localiza numa parte do barracão de festas; * uma outra parte desse salão, onde só podem ficar e transitar os iniciadores, e para onde os Egun vêm quando são chamados, para se mostrar publicamente; * uma área aberta, situada entre o barracão e o Ilê Igbalé (ou Ilê Awô - a casa do segredo), onde também se encontra um montículo de terra preparado e consagrado, que é o assentamento de Onilé; * um espaço privado ao qual só têm acesso os iniciados da mais alta hierarquia, onde fica o Ilê Awô, com os assentamentos coletivo, e onde se guardam todos os instrumentos e paramentos rituais, como os Isan pronuncia-se (ixan), longas varas com as quais os Ojé invocam (batendo no chão) e controlam os Egungun.